quinta-feira, 21 de julho de 2011

Da significação a-histórica do sonoro...


Outro dia um cara me pediu pra que dissesse o que estava escutando de bandas novas. Há muito que não sigo mais a cartilha do mundo jornalístico musical. Buscar o que há de mais novo, mais interessante, o pop mais rebuscado, listar os novos lançamentos, pois estes são uma prerrogativa e um imperativo da indústria fonográfica. O que diz respeito a mim como indivíduo sou eu quem decide, por mais que tais escolhas estejam impregnadas de outras prerrogativas e imperativos, que eu mesmo desconheça, que não estejam claras, mas pelo menos abertas a uma nova exploração. E toda nova exploração se abre a novas e infindáveis perspectivas. E nos guiamos por tais perspectivas como tateamos novos territórios... Como cegos admirados por um mundo repleto, pleno, cheio, convulso.
Ao contrário de uma certa imprensa que superestima a coleção, o objeto, o ter, em oposição ao sentir, ao ouvir, ao escutar, e de todo o processo auditivo que decorre desde o som emitido por qualquer fonte sonora e seu conseqüente processamento neurológico. Pelas mesmas razões pouco me interessa o precípuo conferido ao histórico. Na maioria das vezes o histórico da vida de um músico, banda, ou, seja lá quem for que por uma força inelutável sinta o chamado mundano de fazer-se ouvir transformando o mundo em sonoro, e o mundo é sonoro, pois energia é igual massa vezes velocidade ao quadrado (até a Mariah Carey sacou isso), não me interessa. O que me interessa é o som. Este só se atualiza no exato momento em que o percebemos como tal. Portanto se uma “obra” ou qualquer coisa que tenha conquistado ou questionado o status de arte, seja ela acabada ou não, experimental ou não, o sonoro é o que me interessa.
O meu objetivo é imprimir uma significação a-histórica do sonoro.

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