terça-feira, 30 de agosto de 2011
domingo, 28 de agosto de 2011
Vida...
Caramba! Mais uma vez meu netbook deu um pau daqueles e fiquei sem postar desde a última semana. Pelo menos, das minhas atividades obrigatórias online, nada foi comprometido. Tive que ficar sem meu som e só escutando CDs. Tentei ouvir algumas coisas de música erudita, mas não deu muito certo em função do minha atual tendência para sonoridades extremas. E nessas trazendo pro meu HD coisas antigas de que já tinha feito backup e coisas novas que ando baixando. Acho que minha preferência por sons extremos evidencia minha descrença nas relações humanas, num futuro humano que possa ser minimamente suportado. Acho a existência insuportável. Uma das coisas que mais me causam receio de ter filho é a extrema superestimação da vida. A vida, seja lá como for, não é boa.
Ouvir coisas extremas me dá uma vontade louca de tocar coisas igualmente repulsivas. A primeira coisa que teria que fazer é trocar os três singles da minha Peavey e colocar um humbuck V8 da Cabrera, mas vivo um momento em que tenho que usar a razão. Por mais enfadonho que possa parecer, e não é, tenho que pensar no meu futuro profissional e no meu filho. Por isso ando investindo em muita leitura e livros de filosofia, secundariamente literatura. E acho que já gastei tanta energia com música que não deu em nada que já me deu no saco. O que espero fazer nas próximas semanas com relação a isso? Vou escrever mais resenhas estúpidas de discos que eu gosto e vou montar alguns sets, mixtapes do pedra, para deleite dos meus leitores.
Contrastando com isso tudo, revisando conteúdos de história da filosofia, descobri um interesse latente desde sempre acerca do pensamento cristão medieval e coisas afins como o pensamento gnóstico. Sei que tais coisas são ás vezes um interesse esporádico, uma fase, ou uma fase que dura a vida inteira. Prefiro viver na incerteza de não ser algo acabado e aberto a novas possibilidades.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Eu tenho horror a essas comemorações do tipo “dia de alguém da família”. Acabamos muitas vezes reféns de acordos sociais tacanhos e tácitos. Eu, pelo menos, tenho uma dificuldade enorme para me relacionar. Tem pessoas que se saem bem, mas eu não sou muito otimista para com as pessoas e, em família a coisa se complica muito mais. Mas um dia eu aprendo e deixo de me torturar.
Na volta para Ribeirão Preto fomos parados pela polícia. O radar inteligente acusou que a licença do carro estava vencida. O carro iria ser conduzido à garagem. Mas por um desses milagres da gravidez o guarda acabou nos liberando. Saímos aliviados e agradecidos. Teríamos uma semana chatíssima de rotina burocrática e com dificuldade enorme para se locomover até para fazer essas pequenas coisas. Mas a “lei de Murphy” também falha.
Segunda-feira, voltando da escola, depois de ter passado em caso, me deparo com um conjunto de caixas para o meu net book, caixas acima da média, com grave poderoso. Não resisti e tive que trazer pra casa. Pelo menos isso, posso ouvir o som mais podre com uma potência razoável e qualquer outro tipo de coisa nessas caixas, que elas vão soar bem melhor. Horas de diversão portátil garantida não tem preço. As caixas são pra ouvir aqueles discos estranhíssimos, mas espertos, do Sons of Otis.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Darkness Descends
Há cerca de um mês eu achei que pelo fato de vir a ser pai deveria diminuir o ritmo. Enfeitar o cérebro com coisas mais sensíveis. Esta foi uma das razões que me levou a uma busca desenfreada a querer retomar uma certa sensibilidade indie e pop e tentar me inteirar do que vinha acontecendo, mas percebi que não deu certo. Aliás, que raízes?! Maldito engano.
Pesquei as listas do site pitchfork.com e fui baixando as listas... Parei no meio de 2004. Havia me lançado numa tarefa hercúlea de tentar ouvir tudo aqui em busca de alguma obra perfeita da música popular contemporânea. Desisti. Apaguei tudo. Uma das coisas que tinha me motivado era o fato da nossa amiga Deia ter vindo aqui e falado mil maravilhas dos shows do Superchunk no Brasil.
Lá pelos meus vinte e poucos anos... depois dos 23... Eu fui inevitavelmente fisgado pelas sonoridades mais pesadas. De lá para cá venho ouvindo muito heavy metal. Tenho preferência principalmente pelas coisas mais brutais... thrash, death e black... Tenho respeito, mas não reverência pelo metal tradicional... Gosto principalmente dos sons setentistas, mas já falei disso aqui. Paremos com a redundância.
No dia que fiquei de saco cheio, que vi que não estava curtindo nem um pouco ouvir aquelas patacoadas indie eu botei no meu player um álbum que marcou minha adolescência – Darkness Descends – do Dark Angel. Que disco! Thrash escuro e macilento. Uma obra daquelas.
Terminei de ler estes dias “O Mundo de Sofia” de Jostein Gaarder. Eu era muito reticente quanto a ler um livro. Um “Romance da História da Filosofia” já desperta arrepios na espinha. Ou é romance, ou é história da filosofia. Como vou passar a dar aulas de filosofia no estado e é um livro aclamado, um Best-seller, achei que seria uma leitura interessante, poderia encontrar ali uma sugestão de leitura para alunos que estão se iniciando no ensino de filosofia. O livro é uma merda.
Enquanto romance não se sustenta. A narrativa que serve como muleta, pano de fundo, para o desenrolar da história da filosofia é lamentável de tão ruim. A não ser que haja adolescentes extremamente ingênuos ou que vivem, de fato, num paraíso idílico, que poderiam aproveitar o livro, seria justificável. Mas estamos falando da Noruega, sim, este país que esteve recentemente nos noticiários pelos fatos terroristas. País de onde veio um álbum maravilhoso concebida por uma mente perversa – “Filosofem” – de Burzum. Certamente Jostein Gaarder desconhece os jovens que fizeram parte do círculo interno do Black Metal Norueguês, que queimaram igrejas históricas em nome de um passado nórdico e pagão e se envolveram em assassinatos neuróticos. Vale Lembrar, a mesma terra de quem começou tudo – Bathory. Há muito mais filosofia na sonoridade de Mayhem do que sonha o patético escritor.
Para compensar comecei a ler a “A Brasileira de Prazins – Cenas do MInho” do oitocentista Camilo Castelo Branco que podemos ler nos seguintes trechos abaixo sua afinidade com a crítica mordaz ao cristianismo dos jovens perturbados noruegueses, guardadas as devidas proporções.
* * *
“A Fé, o bordão com que as velhas e os velhos caminham resignados e contentes para os mistérios da eternidade”
“A retórica é a arte de falar bem; mas os vícios são a arte de viver bem e alegremente. Assim se pensa, embora não se diga.”
Camilo Castelo Branco
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Two Lone Swordsmen - Tiny Remiders
Um álbum interessante. Combina, eu acho, amostras de som com síntese em partes equilibradas. Um pouco de sujeira na síntese. Os samplers fornecem camadas mais graves como substrato, mas há linhas de baixo sintéticas. As batidas ficam entre o 4x4 e breaks. A construção das peças apresentam uma certa complexidade, pois os objetos sonoros são curtos e numerosos, mas que se repetem ao longo das faixas e se entrelaçam de maneira bastante compacta. Os beats são carregados também e não se resumem a simples timbres percussivos, mas não acontece sempre, em algumas faixas os beats tamboretes aparecem. É possível identificar traços de electro, techno e house da velha escola, bem como pop alemão eletrônico da década de 70. Enfim, a escola da música eletrônica que é regurgitada neste novíssimo século. Funciona para pistas de dança em apartamentos apertados e vazios de seres humanos.
Um apanhado de coisas...
Não fui acostumado em minha educação a gostar de carros e velocidade e muito menos relacionar tais coisas à virilidade. Aprendi a dirigir porque é uma espécie de “mal necessário”. Na maior parte da minha vida sempre me desloquei a pé ou usando transporte público e disso nunca me envergonhei. Por um curto período usei o carro do meu pai. Agora não tem jeito. Minha mulher está grávida e preciso pegar o carro. Haja barbeiragem. Já detonei o carro da minha digníssima esposa duas vezes. E é lógico: ela tem medo de andar comigo.
Casamentos. Detesto ser solicitado a dar dinheiro em casamentos que eu mal conheço os noivos. E por que eles pedem só para os homens? Como se a mulher de hoje não trabalhasse. Como se 99% delas ainda fossem classificadas como “do lar”. Se o presente está dado então obviamente não tenho obrigação de dar dinheiro. Mas criam a situação como se fosse uma brincadeira e se você não brinca vai automaticamente para o “eixo do mal”. E outra... sou impregnado daquela visão de que dinheiro é uma coisa “suja”. Se estou numa festa em que já presenteei os festejados me sinto completamente constrangido em ter que dar dinheiro. “Precisamos mesmo tocar nesse assunto? Agora?”
Comecei a estudar latim. Minha primeira iniciativa em tentar compreender as antigas línguas da filosofia. Espero que me auxilie na compreensão das línguas românicas clássicas, pois tenho uma gramática comparativa e em breve quero ler textos em francês, espanhol e italiano com maior destreza. O próximo passo é estudar grego. Quero poder ler alguns dos diálogos de Platão em grego.
Que merda! A guitarra não anda fazendo parte da minha vida nos últimos tempos... Mas em breve volto a ela. Quando deixo de tocar é porque tenho questões internas a resolver. Enquanto isso vou baixando os álbuns das listas do site Pitchfork. Neste exato momento estou ouvindo “Fig. 5” da Jackie-O Motherfucker. Tenho um problema sério com essas bandas bagunceiras. Ou eu gosto de coisas que experimentam ao máximo com pouco (guitarras, baixo e bateria) ou de música eletrônica ou uma mistura de ambas. Essas bandas que juntam um monte de quinquilharias e compõem peças longuíssimas não me atraem. Acho extremamente maçante.
Assinar:
Postagens (Atom)