E nosso filho nasceu... às 13h18 (horário real) do dia 30 de dezembro de 2011. Ele não conseguiu esperar e veio ao mundo, pelo menos, uns 15 dias antes da data prevista. Não esperávamos. A Samira me deu o alerta logo pela manhã “Leandro, acho que estourou a bolsa” e eu “não acredito!”. Nos preparamos para sair. As malas estavam basicamente prontas menos a minha. Saímos, eu tirando o carro da garagem e dirigindo até lá, coisa impensável até uns dias atrás. A necessidade nos faz mover montanhas. Chegamos na maternidade e demos entrada em todo o chatíssimo processo burocrático e fomos para o atendimento médico que confirmou a chegada do Tales nas próximas horas. Em uns 40 minutos, eu acho, a Samira começou a estimulação do parto com soro na veia, logo depois vieram as cólicas terríveis, mas a sala de cirurgia estava sendo preparada. A Samira andou pelos corredores para mais estímulos e logo depois fomos chamados para a sala de cirurgia. Prepararam a Samira e eu fui para o vestiário colocar as roupas descartáveis para assistir o parto. Não tenho problema com sangue nem com retalhos de corpos humanos e assisti o parto numa boa. O parto foi natural, dolorido, mas natural. Eu acompanhei o Tales nos primeiros testes que foram nota 10. Ele nasceu com 2,550 Kg e 47 cm. A mãe foi para o pós-operatório e horas mais tarde seria liberada. O Tales foi primeiramente para o berçário, de onde ouvi “Rock’n’ roll all night” do Kiss. Eu mesmo preparei com ajuda da minha sogra a sacola com seu enxovalzinho. O menino nasceu muito miúdo e se parece um pouco com o Yoda, o mestre Jedi. Nos intervalos das ações eu almocei e fumei vários cigarros. Durante toda a tarde do dia 30 recebemos visitas de amigos, e parentes, a mais importante da minha avó que acabava de ganhar seu segundo bisneto. Indescritível a emoção de ver a sinergia entre a minha avó e o Tales que fez com que a presença de minha mãe estivesse ali, como se tivesse protegido todo o dia com sua santidade. Eu, com meu irmão, nos encarregamos de montar a cadeirinha do banco de trás do carro para carregar o Tales. Terminamos o dia, a Samira na maternidade com o Tales e a minha sogra, e eu fui para o apartamento com o meu sogro. Planejei tomar umas cervejas que estavam guardadas na geladeira, mas não consegui tamanha a dor de cabeça. No dia seguinte fomos novamente todos os envolvidos para a maternidade. Passamos por todos os processos burocráticos finais, a conta final foi cara, uma estupidez para qualquer um que tenha um filho. Voltamos com o Tales para o apartamento no meio da tarde. Preparamos nossas malas. Mais uma vez, impensável alguns dias atrás, eu saí para comprar remédios e abastecer o carro. Com tudo pronto viemos no dia 31 para Pirassununga. Entre muitos sustos e rojões o Tales passou a virada para 2012 junto com seus pais. A todos distribuímos lembrancinhas – marcadores de livros com formatos de Yoda, disco voador e caveirinha amorosa – feitos à mão pela mãe mais formosa deste mundo. Estamos escrevendo um novo capítulo anônimo na história da infame e suja vida humana que esconde por debaixo a pedra filosofal, a grande obra, o encontro com nosso sagrado anjo guardião, o vil metal transformado em ouro. Os primeiros versos desse poema nos acariciam com a disputa de fazer o Tales mamar direitinho, coisa que irá tirar de letra em alguns dias.
Pedra.... acho que saiu uma lagriminha enquanto eu lia isso. Que coisa mais bonita. Seu texto fez jus ao momento e à carinha do Tales, com esse bocão super fofo!
ResponderExcluirDesejo sinceramente zilhões de felicidades para os, agora, três.
Beeijos
Laís